Em “Seventeen”, introdução de seu álbum de estreia de 2015 “Know-It-All”, a então Alessia Cara de 19 anos cantava sobre desejar que ela pudesse parar o tempo e saborear sua adolescência, com uma descoberta chegando um pouquinho tarde demais.
Aos 22 anos, o esforço de Cara em seu segundo álbum escrito por ela mesma mostra sua luta com a vida adulta da perspectiva de alguém que está no meio dela. Tematicamente, “The Pains of Growing” retrata uma partida austera da confiança que percorria pela maior parte do “Know-It-All”. É uma mudança que Cara aborda na poderosa primeira faixa “Growing Pains”: “e eu sempre fui uma batalhadora / há verdade em toda palavra que escrevo / mas ainda as dores do crescimento, dores do crescimento / estão me deixando acordada à noite”.
Pela maioria do álbum, tristeza é a emoção principal – e é uma que se infiltra em quase todas as canções. Músicas como “Not Today” e “I Don’t Want To” até retratam essa angústia como uma espécie de conforto estranho, uma contrante na vida que Cara não consegue se imaginar sem. Sua entrega nem sempre corresponde à desolação temática. Cara possui uma esperança latente por um futuro em que esses tempos tenham passado, mas é constantemente desconsiderado quanto distante demais para inspirar uma mudança real.
Ao decorrer, no entanto, o lirismo de Cara é afiado e autoconsciente o suficiente para elevar “The Pains of Growing” acima de qualquer estirpes de monotonia. “And I talk in circles / but at least I say what I mean [Eu falo em círculos / mas pelo menos eu digo o que quero]”, ela canta em “Girl Next Door”, enquanto no esplêndido single promocional “A Little More”, ela fala para um parceiro que “peço desculpas por ter sido um excesso de emoções / Sou louca por querer um pouquinho mais?” – até encorajando outros a aceitar todo o peso de suas emoções meno convenientes em “Easier Said”. Ela também lindamente conecta esse álbum ao primeiro: “Wherever I Live” mostra Cara aprendendo a achar estabilidade apesar das constantes mudanças de sua vida nova, a mesma vida que ela estava apenas explorando em “Four Pink Walls”.
Em “Trust My Lonely” ela vira um trecho de “I’m Yours” (“Você é bem corajoso / Para acabar com minha solidão”) para tentar seguir em frente após um relacionamento. Sua declaração de “oh, ficaremos bem!” de “Wild Things” é revisitada como uma explosão de alívio em “My Kind” – um tipo de continuação de “Here”, em que Cara se encontra em uma situação que a proporciona a alegria e conforto que ela anseia. É um breve momento de felicidade num álbum que não oferece desculpas por suas batalhas, mas é um dos diversos momentos que confirmam que a jornada de Cara é tão autêntica quando imprevisível.
NOTA: 7/10
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