NOTA: 4 de 5 estrelas. Leia a tradução do artigo abaixo.


Álbum três exibe o que pode ser a melhor música que a canadense já escreveu, provando que ainda há muito gás criativo no tanque

“E se meus melhores dias forem os dias atrás de mim?” Alessia Cara se pergunta no final de seu atraente terceiro álbum. Dado que a simpática canadense ganhou um Grammy quando tinha apenas 21 anos – de Artista Revelação em 2018, uma vitória que provocou um ataque cruel – essa prévia de uma crise de um quarto de vida é um pouco compreensível. Mas, felizmente, qualquer dúvida persistente não impediu Cara de criar o seu álbum mais ambicioso e surpreendente.

Trabalhando com produtores, incluindo Salaam Remi, um colaborador frequente da heroína musical de Cara, Amy Winehouse, a jovem de 25 anos montou um conjunto variado que traz de tudo, desde a alegre bossa nova (‘Bluebird’) até a disco mid-tempo (‘Somebody Else’) e breakbeats vibrantes (‘Fishbowl’). “Eu posso ser muito fraca para me apaixonar / Eu posso ser muito para todos”, ela canta sobre uma batida de reggae na primeira faixa de completa duração no álbum, ‘Box in the Ocean’, sinalizando a sinceridade emocional por vir. A composição de Cara sempre foi extremamente relacionável o seu sucesso de 2015 foi abraçado como um hino dos introvertidos, algo pelo que ela admitiu ter se sentido encurralada  mas agora ganhou uma nova sofisticação.

Cara disse que o álbum tem uma “dualidade” porque contém canções inspiradas por sentimentos de “dificuldade e desamparo”, assim com por “momentos despreocupados”. Na realidade, a mistura é razoavelmente perfeita. ‘Sweet Dream’ aborda a batalha incapacitante de Cara com insônia – “é como um ciclo vicioso”, ela disse recentemente à NME, “porque quando você está ansioso, você dorme menos; mas quando você dorme menos, você fica mais ansioso”. A faixa soa confusa e irônica enquanto ela canta: “Velas de patchouli estão queimando / Eu tento meditar todo o pensamento para longe / Mas droga, tudo está muito quieto agora”

‘In the Meantime’ também se sente coeso porque uma separação dolorosa é claramente um tema recorrente. “Eu nem sou mais sua, mas eu mereço um prêmio por ter te superado – ligue para a Academia”, Cara canta deliciosamente em ‘Drama Queen’, um bop tropical que lembra o brilhante ‘In Common’ de Alicia Keys.

Com 18 faixas, ‘In The Meantime’ vagueia um pouco ao final, embora não haja falhas reais aqui. Apenas ‘Middle Ground’ decepciona um pouco – não porque é uma música ruim, exatamente, mas porque letras como “Eu não gosto de garotos… mas eu gosto” soa um pouco regressivo de Cara agora. ‘I Miss You Don’t Call Me’, uma bela balada bem fluida que parece um clássico instantâneo, pode ser a melhor música que ela já escreveu. Com estas evidências, os seus melhores dias estão por vir.