Como você deve ter notado, a indústria pop não é desleixada quando se trata de dar um tratamento injusto às mulheres. Basta perguntar para a Alessia Cara.
“Quando você faz coisas diferentes do que esperam de você como uma mulher jovem, as pessoas não sabem como lidar com isso,” ela diz. “Eles vêem uma garota com o cabelo cheio de frizz andando no palco. Eles não sabem o que fazer. Eu sinto que eu tive que me provar mais do que os homens nessa indústria. Isso é verdade para todas as mulheres.”
Ainda assim, sua determinação de criar seu próprio caminho sem se vangloriar ou se vender valeu a pena. Alessia está falando com a Hot Press no meio de uma turnê exaustiva pela Europa, onde ela está abrindo para o colega canadense Shawn Mendes.
“Minha melhor amiga está viajando comigo. Shawn é da minha idade, e o melhor amigo dele também. De certa forma, é como uma grande turnê escolar.”
Pessoalmente, Alessia é amigável, porém reservada. Ela é faladora, mas só até certo ponto. Ela certamente não revela nada. Isso é um grande contraste com a figura que ela usa em hits como “Here” e “Stay” e sua gravação de “How Far I’ll Go”, que é o tema de Moana. Lá, ela absolutamente coloca tudo para fora – cantando sobre mágoas com uma crueza que atinge como um soco no estômago.
Ela vai ainda mais longe no novo álbum, The Pains Of Growing. Alessia era uma adolescente quando seu single de estreia, “Here”, se tornou um sucesso internacional. Agora com 22 anos, ela sente que amadureceu muito.
Mas, nos olhos do público e com os cínicos felizes em declarar que ela não tem sucessos, tem sido uma luta para manter o foco. É disso que se trata o álbum: ficar forte e se manter fiel à sua voz.
“Eu sou muito pessoal com as minhas canções. Eu quase esqueço que as pessoas vão ouvi-las. Então alguns dias antes do álbum sair, eu fico tipo… ‘espera um pouco!’. Dito isso, eu guardo sim uma parte de mim para mim mesma.”
Ela nasceu Alessia Caracciolo, filha de pais vindos da Calábria, extremo sul da Itália. Criada no subúrbio de Toronto, ela pegou pela primeira vez num violão quando tinha 10 anos. Aos 13 ela estava postando canções e covers no YouTube. Quando fez 18 ela assinou com uma empresa de gestão com conexões com a sua atual gravadora, Def Jam. Três anos depois, no Grammy de 2018, todo o trabalho duro valeu a pena quando ela recebeu o prêmio de Best New Artist.
“É muito insano trabalhar por algo e depois isso acontecer rapidamente, você fica confuso sobre onde você está. Eu definitivamente estava com a minha cabeça no lugar, e sou grata por isso.”
Ela logo ganhou uma líder de torcida influente, Taylor Swift, que não apenas a entrevistou, mas a convidou para um dueto de “Here” na frente de 55.000 fãs na 1989 World Tour em Tampa, na Flórida.
“Foi a primeira vez que eu fui apresentada para tantas pessoas em um só lugar. Isso solidificou a minha convicção de que isso é o que eu quero fazer da minha vida.”
Confira a matéria original no site da Hot Press.