A revista Glamour, focada em assuntos femininos, fez uma matéria sobre a Lilith Fair, turnê musical criada em 1996 que focava protestar pelo espaço das mulheres na sociedade e indústria fonográfica.

Sarah McLachlan, criadora do evento, chamou algumas artistas que participaram deste e, também, cantoras da nova geração que apoiam seus ideais para falar sobre a igualdade de gêneros. Algumas artistas chamadas foram Alessia Cara, BANKS, Tegan Quin (do Tegan and Sara) e SZA. Traduzimos alguns trechos da matéria abaixo, confira:

Imagine a maioria das mulheres mais influentes do país reunidas para defender a igualdade de gênero no cenário nacional. Há estrelas performando diante de uma grande multidão, cabines da Planned Parenthood­ (juntamente com os manifestantes) e repórteres analisando o que esse evento fala sobre os direitos das mulheres. Soa como uma cena da Women’s March em Washington — mas, na verdade, aconteceu 20 anos atrás neste verão com a estreia do Lilith Fair, festival musical projetado para dar às mulheres os mesmos shows lucrativos que os homens. Co-fundada pela cantora-compositora Sarah McLachlan, esta turnê multicêntrica abriu novos caminhos, de todas mulheres talentosas que integravam a lineup que os promotores disseram que nunca funcionaria às controvérsias que acendeu na mídia sobre raça e feminismo. Aqui, McLachlan e algumas de suas parceiras que performaram no Lilith falam francamente sobre um movimento cultural elogiado por seus fãs por seus ideais feministas e ridicularizado pela crítica por sua falta de diversidade. E, uma nova geração de artistas reflete sobre o legado da Lilith Fair e por que sua própria luta pela igualdade na indústria da música continua.

McLACHLAN: Eu amo a Alessia Cara! Eu a conheci [no JUNO Awards] e disse: “Você deve estar orgulhosa de si mesma por ser um ótimo modelo a ser seguido. As coisas que você acredita, minhas filhas estão ouvindo, e isso realmente ajuda, porque estamos em um momento difícil para as garotas.” Eu tive que apagar fotos da bunda da minha filha no Instagram logo outro dia. É tipo, “Querida, é isso que você quer que o mundo veja? Porque é o que estão vendo. Você é inteligente pra c*ralho e é uma líder. Mostre-me isso em seu Instagram, sabe?”.

ALESSIA CARA: Eu tinha um ano [quando Lilith começou]. Eu ouvi sobre isso quando cresci, e eu comecei a assistir entrevistas com todas aquelas ótimas mulheres que eu admirava, e Sarah McLachlan era uma delas. Agora nós vemos mulheres apoiando outras mulheres, o que é por causa de coisas tipo Lilith Fair.

As pessoas não se importam com o que os homens vestem ou com a aparência deles. Infelizmente, para as mulheres, [a indústria musical] é muito visual e objetificadora. A objetificação dos nossos corpos e o uso dos nossos corpos para vender coisas tem que mudar. Muito desse marketing vem dos homens, então nós definitivamente precisamos de [mais] mulheres por trás das cenas.

Credit: @Glamour Magazine

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